Política

Ribeirão Branco deve ter eleição municipal polarizada da direita contra a esquerda

Faltando pouco mais de um ano para as eleições municipais, o cenário eleitoral em Ribeirão Branco vai se desenhando e mostra uma tendência de polarização entre a direita e a esquerda na eleição para prefeito da cidade. O atual prefeito Mauro José Teixeira (PP) foi reeleito em 2020 e não pode ser candidato novamente.

A ala da direita se articula para canalizar as forças do voto do governador Tarcísio de Freitas e do ex-presidente Jair Bolsonaro, trabalhando para escolher um candidato único para enfrentar a candidatura do PT. Esse cenário é composto por lideranças do Progressistas, Partido Liberal, PSDB, MDB e outros partidos menores sem representação na Câmara Municipal.

O Progressistas é liderado pelo presidente da Câmara Municipal, Tuca Ribas, que tem a seu favor o fato de ser de longe o vereador que mais conquistou recursos para o município de Ribeirão Branco. A chegada dele à presidência da Casa no início deste ano provocou a antecipação do debate eleitoral, já que o exercício do cargo possibilita a ele ter uma articulação com todos os segmentos do município e de falar em nome do Poder Legislativo, além de lhe dar maior visibilidade política.

Soma-se a isso o fato de que, à frente da presidência, Tuca Ribas vem incomodando o grupo vinculado ao atual prefeito, que hoje é liderado pelo também vereador Alessandro Luis Teixeira, sobrinho do prefeito e que deverá receber a missão de ser o pré-candidato do grupo, já que os três filhos do atual chefe do Executivo estão impedidos de disputar a eleição majoritária por impedimento da lei eleitoral.
Por outro lado, quem acompanha de perto o cenário eleitoral em Ribeirão Branco avalia que o grupo da esquerda, liderado pelo ex-prefeito petista Sandro Sala, que já governou a cidade e não pôde se candidatar na última eleição por ter sido barrado pela Justiça Eleitoral, vem manifestando o desejo de ser candidato novamente para dialogar com o público da esquerda e de centro-esquerda no espectro político. Mas a sua candidatura ainda depende da decisão de outros processos de cunho eleitoral que até a presente data o impede de ser candidato.

Na hipótese de Sandro Sala ser novamente barrado pela Lei da Ficha Limpa, o PT cogita em testar novamente a força do vereador Joaquim de Almeida Barros, um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores em Ribeirão Branco.

O PSDB é outro partido que deverá ter candidato em 2024 liderado pelo vereador Leandro Frutuoso de Oliveira, o Ratinho Verduras. Agricultor e comerciante, Ratinho deverá enfrentar as urnas com o desafio de formar uma frente de partidos capaz de ampliar a votação de seu partido, que nas eleições do ano passado foi a sigla que mais perdeu cadeiras nos cargos em que disputou, com destaque para a derrota no governo de São Paulo e a perda de 19 vagas na Câmara dos Deputados, ficando atrás de siglas como PP, PSD e Republicanos.

A polarização entre a esquerda e a direita em Ribeirão Branco reflete uma realidade nacional observada nas últimas eleições. Com isso, os eleitores da cidade deverão escolher entre uma proposta progressista e um viés mais conservador, com as eleições se tornando um campo de batalha ideológica no município.

Prevalecendo este cenário, é esperado que os debates e as campanhas eleitorais sejam marcados por discursos mais inflamados e embates acalorados entre os futuros candidatos e seus respectivos apoiadores. Temas relacionados à família, saúde e à segurança deverão estar no centro de debates dos candidatos da direita, enquanto que educação, políticas públicas e direitos sociais deverão integrar o discurso da esquerda.

No entanto, qual será o discurso que prevalecerá nas urnas segundo a vontade dos eleitores nós só saberemos na noite de domingo, dia 6 de outubro de 2024.

VOTAÇÃO
No segundo turno das eleições presidenciais do ano passado, Tarcísio de Freitas (Republicanos) foi o candidato mais votado em Ribeirão Branco, com 5.335 votos (50,87% do total da cidade). Seu adversário, Fernando Haddad (PT), teve a preferência de 49,13% dos eleitores e registrou 5.152 votos.

O segundo turno da disputa presidencial também foi bastante acirrado na cidade, com o presidente Lula (PT) sendo o candidato mais votado, com 5.583 votos (51,36% do total da cidade). Jair Bolsonaro (PL) foi a escolha de 48,64% dos eleitores e recebeu 5.287 votos. Lula também venceu o segundo turno, quando recebeu 5.475 (50,72%). Jair Bolsonaro recebeu mais número de votos que no outro pleito, em que registrou 4.680 votos, o equivalente a 43,36%, maior crescimento que Lula em relação ao primeiro turno.



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