Política

Prefeito de Itapeva é absolvido pela Câmara e permanece no cargo até o fim do mandato

Dr. Mario Tassinari é livrado de seis denúncias em votação decisiva que descartou possibilidade de impeachment; resultado será encaminhado à Justiça Eleitoral.

Em uma sessão tensa e marcada por debates acalorados, a Câmara Municipal de Itapeva decidiu, na manhã desta segunda-feira (25), pela absolvição do prefeito Dr. Mario Tassinari (PSDB) em seis denúncias que haviam sido apresentadas contra ele no final de agosto. Com isso, o prefeito segue à frente do Executivo municipal até o fim de seu mandato, que termina no próximo dia 31 de dezembro.

O julgamento, que mobilizou a política local nos últimos três meses, rejeitou todas as acusações por um placar de seis votos favoráveis à absolvição contra oito pela cassação em cada uma das denúncias. Para que o impeachment fosse aprovado, seriam necessários votos favoráveis de pelo menos dois terços (10) dos vereadores.

Denúncias e julgamento

As denúncias analisadas nesta segunda-feira estavam relacionadas às conclusões da Comissão Especial de Inquérito (CEI) dos Prints, finalizada na semana passada. O prefeito foi acusado de práticas como obstrução ao funcionamento da Câmara, negativa de acesso a documentos e pedidos de informações e conduta incompatível com a dignidade e o decoro do cargo.

Apesar da gravidade das acusações, a comissão processante criada para avaliar o caso apresentou um relatório divergente. O documento, assinado pelo relator Roberto Comeron (PP) e pela presidenta Débora Marcondes (PSDB), recomendava a cassação por entender que o prefeito havia desatendido pedidos de informação do Legislativo. Já o vereador Robson Leite (União), também membro da comissão, apresentou um relatório paralelo pedindo a improcedência de todas as acusações.

Os votos decisivos

Entre os 14 vereadores presentes, seis votaram pela absolvição em todas as denúncias: Áurea Rosa (PP), Celinho Engue (PDT), Lucinha Woolck (MDB), Robson Leite (União), Saulo Leiteiro (Solidariedade) e Vanessa Guari (Republicanos). Já os outros oito parlamentares — Débora Marcondes (PSDB), Gabriel Maciel (Pode), Gessé Alves (PSDB), Júlio Ataíde (PL), Marinho Nishiyama (Novo), Roberto Comeron (PP), Ronaldo Coquinho (PL) e Tarzan (PP) — se posicionaram pela cassação. O vereador Laércio Lopes (PL) esteve ausente da sessão.

Debates acalorados na Câmara

A sessão começou por volta das 10h e contou com a leitura de trechos do processo antes de serem abertas as falas aos vereadores. Robson Leite (União), que defendeu a absolvição do prefeito, criticou o que chamou de politização do julgamento. “O tempo vai mostrar o que realmente aconteceu nessa gestão. Sabemos da idoneidade do prefeito. Basta ter cinco assinaturas para abrir uma CEI, seja verdade ou não”, disse, referindo-se à facilidade com que comissões de inquérito podem ser instauradas.

Do outro lado, o vereador Tarzan (PP) argumentou que o prefeito demonstrou incapacidade de gestão. “Eu não vejo o prefeito como uma pessoa de má-fé, mas ele se omitiu. Não é fácil entender todos os processos administrativos, mas é ele quem responde pela equipe”, declarou.

O advogado do prefeito, Maicon Charles Martins, também criticou a condução do processo. “A CEI dos Prints se perdeu e virou uma confusão. Não há provas que conduzam ao cometimento de infração pelo prefeito. Ele respondeu às demandas apresentadas e colaborou com os processos, mas o foco foi desviado”, afirmou em sua defesa.

A íntegra da sessão está disponível na página oficial da Câmara Municipal de Itapeva no Facebook, permitindo à população acompanhar todos os detalhes das discussões e das votações.

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