Criança de 4 anos é entregue a van errada, e mãe relata desespero em Itapeva
Erro na identificação do aluno expõe falha no transporte
escolar; direção da escola admite confusão e sugere uso de crachá
O que era para ser mais um dia comum de aula se transformou
em momentos de tensão para uma família do bairro Faxinal de Cima 2, em Itapeva.
Na última quinta-feira (13), uma mãe passou pelo que descreveu como um
verdadeiro pesadelo ao perceber que seu filho, de apenas quatro anos, havia
sido entregue a uma van errada ao sair da escola.
O menino, estudante de uma Escola Municipal de Educação
Infantil (EMEI), deveria ser deixado no ponto de ônibus habitual, mas, ao
chegar ao local, a mãe recebeu uma ligação inesperada da van escolar
questionando se ela já havia buscado a criança. Sem entender a situação, a
mulher entrou em desespero.
O veículo que normalmente transporta o garoto voltou à
escola para esclarecer o ocorrido e constatou que a criança não estava com a
responsável. Diante da possibilidade de um erro na identificação, os motoristas
das demais vans escolares foram acionados para verificar se o menino havia sido
levado por engano.
A angústia da família se estendeu por cerca de uma hora, até
que outra van retornou à escola com o garoto, que já dormia no banco de trás do
veículo. Aliviada, mas ainda em choque, a mãe pegou o esposo, que havia acabado
de chegar do trabalho, e os dois saíram às pressas em busca de informações. No
caminho, encontraram a van já com o menino "são e salvo".
Nesta segunda-feira (17), a equipe do jornal No Alvo
entrou em contato com a direção da EMEI para esclarecimentos sobre o caso.
Segundo a diretora, o erro ocorreu após a motorista de uma van entrar na sala
de aula e afirmar que a criança também faria parte de sua lista de rota, como a
gestora da unidade, ainda não conhecia todos os alunos, o que contribuiu para o
erro, logo liberou a criança.
Após o ocorrido, a diretora conversou com a gestora, que
informou que na sala ao lado teria um aluno com o mesmo nome, o que pode também
ter contribuído para o erro da motorista.
A escola informou que, para evitar novos incidentes,
pretende adotar o uso de crachás de identificação para todas as crianças,
garantindo que cada aluno seja entregue à van correta. “Estamos implementando
um sistema de checagem para que a equipe da escola e os motoristas possam
verificar corretamente os dados das crianças antes da liberação”, afirmou a
diretora.
Ainda nesta segunda-feira, a mãe da criança foi até a escola
para esclarecer o ocorrido. Durante a conversa com a diretora, recebeu um
pedido de desculpas pelo erro e tentou, junto com a gestora, entrar em contato
com o responsável pela van que cometeu o erro, para entender melhor o que aconteceu
e descobrir a identidade da motorista que pegou seu filho por engano. No
entanto, não obteve retorno.
Sem respostas, a mãe questionou outros motoristas que
prestam serviço de transporte escolar naquela unidade, sobre quem seria essa mulher, mas ninguém
soube identificá-la. A falta de informações aumentou a preocupação da família,
que cobra esclarecimentos sobre o ocorrido.
A direção da escola informou que essa foi a primeira vez que
um erro dessa natureza aconteceu na unidade. Segundo a diretora, a escola
atende cerca de 256 crianças, sendo 28 delas da zona rural, e nunca havia
registrado um caso semelhante.
“Temos funcionários novos neste ano, tanto na escola quanto
no transporte. Infelizmente, houve essa falha, mas estamos reforçando os
protocolos de entrega das crianças para que isso não ocorra novamente. Agora,
todas as crianças terão crachás com nome e nomes dos responsáveis. Além disso,
queremos que a professora também participe do processo de liberação, para
garantir que cada aluno saia com o transporte correto”, afirmou a diretora.
Além do uso dos crachás, outra medida que será adotada é a
entrega das crianças no portão da escola por monitores previamente designados.
“A partir de agora, vamos reforçar a checagem e conferir com mais rigor a
identidade da pessoa que está pegando a criança. É um processo novo, mas
necessário para evitar esse tipo de situação”, completou.
Logo após a mãe se dirigiu a delegacia de plantão para
registrar um boletim de ocorrência, afim de compreender o caso e assim
tranquiliza-la de que nenhum mal foi feito a criança, porém segundo a mãe o
delegado pediu apenas para ela ir ao conselho tutelar e solicitar um psicólogo para
criança, e não registrou o boletim.
A situação foi debatida na sessão de Câmara desta segunda-feira, pela vereadora Áurea. Diante da gravidade do caso, Áurea exigiu uma resposta imediata da Secretaria de Educação e solicitou o acompanhamento psicológico urgente para a criança. "Essa mãe ainda está em choque. Ela quer saber o básico: quem pegou o filho dela na escola e por que o entregou a outra pessoa? Isso não pode acontecer de novo", afirmou a parlamentar.
A vereadora destacou "A mãe procurou respostas e foi tratada com pressa,
como se o que aconteceu não fosse grave. Mas é gravíssimo! Estamos falando de
uma criança de 4 anos que foi entregue a um desconhecido e passou horas perdida
pela cidade", criticou.
Até o momento, a Secretaria de Educação de Itapeva não se pronunciou oficialmente sobre o episódio.
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