O fã clube de Mário Tassinari na Câmara Municipal
O fã clube de Mário Tassinari na Câmara Municipal não é apenas composto pelo vereador Robson Leite fiel escudeiro do ex-prefeito que ousou chamar todos vereadores de demagogos na cara.
O fã clube é formado na maioria pelos vereadores que um dia estiveram ao seu lado e depois debandaram quando o governo findava e agonizava em impopularidade, ou porque perderam ou não tiveram alguma boquinha na prefeitura durante o seu mandato.
Volta e meia Mário Tassinari é tema de debates acalorados na sessão da Câmara Municipal. Desde 2019 até hoje é assim e deve continuar sendo enquanto o Robson Leite despertar o ódio dos desafetos do ex-prefeito ao citá-lo nas sessões da legislatura presente.
Desde a legislatura passada o vereador Marinho Nishiyama sempre esteve notoriamente empenhado em atacar o prefeito Mário Tassinari a cada oportunidade que teve. Entretanto, inegavelmente, no começo de sua carreira como vereador Marinho Nishiyama não era desafeto de Mário Tassinari, pelo contrário, era defensor.
Marinho Nishiyama como edil nos cueiros do MDB e jovem aprendiz de Jeferson Modesto, era contra Luiz Cavani e declarava-se a favor de Mário Tassinari assumir o governo no lugar de Cavani. Era o auge do escândalo da nota fria e ele berrava na Câmara Municipal inclusive contra o correligionário Laércio Lopes que presidiu a fatídica sessão de véspera da posse quando a polícia militar foi acionada a intervir naquela confusão. Dizem inclusive que a atual prefeita recebeu uma ligação e mandou a tropa na Câmara Municipal naquela ocasião. O contexto era então do vereador Marinho Nishiyama do MDB liderado por Jeferson Modesto, como defensor ferrenho do vice-prefeito Mário Tassinari e contra Luiz Cavani. O passado está escrito, mas as coisas mudam.
Somente depois o vereador passou a demonstrar seu ódio declarado e manifesto contra Mário Tassinari. O motivo segundo os arquivos dos bastidores da política municipal dizem se deve ao fato do ex-prefeito Mário Tassinari não ter endossado um pedido do vereador para ocupar cargo na Procuradoria Municipal, cargo de elevado prestígio no primeiro escalão municipal. O prefeito à época preferiu alguém mais experiente e confiável no cargo, tanto que, nomeou procuradores concursados para as vagas disponíveis. Outros alegam que o prefeito também não acolhia os pedidos do vereador Marinho, pedidos os quais o prefeito nunca fez questão de sequer considerar, causando mágoas e rancores políticos no vereador. Eis aqui, portanto, uma amostra de como se faz política com o fígado.
Entretanto, outros ex-aliados de Mário Tassinari demonstram rancores e até ingratidão em face do ex-prefeito. Outro exemplo dessa situação recorrente na política desde a época do império romano até o presente, diz respeito aos vereadores Margarido e Tarzan.
Tarzan se gabava de ter sido o fiador político partidário do prefeito, supostamente crendo que seria uma espécie de eminência parda no governo tassinarista. Ledo engano, o estilo teimoso do autoritário Mário Tassinari era uma barreira intransponível para qualquer um que o prefeito não nutrisse simpatia ou afeição pessoal no convívio. Volta e meia Tarzan estava no gabinete fazendo suas ladainhas com boas intenções em reuniões, mas sempre sendo solenemente ignorado pelo prefeito a cada tomada de decisão. Resultado: a exemplo do jovem Marinho, o velho Tarzan passou demonstrar a insatisfação pessoal nas sessões a cada uso da tribuna das lamentações.
Quanto ao velho Margarido a história é diferente. Margarido era candidato a vereador do partido da oposição (PP) mas pedia votos para Mário Tassinari durante a eleição de 2020. Margarido não foi eleito vereador, mas Mário Tassinari foi eleito prefeito e nomeou Margarido para secretário de Administração Regional e Serviços Rurais. Na época a secretaria ainda não havia sido divida e detinha poder orçamentário sendo estrategicamente usada para atender demandas da zona urbana e rural em larga escala, sendo responsável naquele período pela instalação da nova rede iluminação em todo município.
Embora Margarido tenha sido um secretário meia boca na opinião de muitos, convenhamos que foi melhor que todos seus sucessores até os atuais que ocupam o cargo no presente. Não vamos discutir os motivos da queda de Margarido como secretário, pois existem processos administrativos que podem narrar detalhadamente alguns desses motivos. Cabe apenas dizer que hoje o vereador ao invés de demonstrar gratidão ao ex-prefeito ter dado uma oportunidade o mesmo parece ter alguma espécie de mágoa por ter sido exonerado naquela época. À pedido da Câmara Municipal inclusive. Como ele acredita que isso seja coisa da imprensa marrom, cabe lembrar ao nobre vereador que a passagem dele na garagem da prefeitura parece ter cinquenta tons de cinza segundo os processos nos arquivos da prefeitura.
Perante esses breves relatos cabe fazer algumas ponderações: Concordem ou não esses vereadores tem traumas políticos causados pelo prefeito Mário Tassinari. Admitam ou não eram aliados e agora são desafetos declarados, seja por qual motivo for. Concordem ou não também isso serve de exemplo factual de como a política é feita de contextos e alianças políticas transitórias muito mais levando em consideração interesses políticos pessoais do que propriamente interesses coletivos e administrativos de ordem mais elevada em benefício do município e população.
De todos os secretários e vereadores que formaram o grupo de Mário Tassinari há unanimidade em dizer que o ex-prefeito era duro de lidar nas tratativas, que tinha opiniões obstinadas e raramente mudava de opinião. Todavia, isso não é exceção na política, é a regra. Os prefeitos e desafetos de todos os prefeitos agem da mesma forma conforme suas opiniões, mas as atitudes ficam mais marcadas no decorrer do tempo. Por outro lado, a ingratidão e hábito de nutrir rancores e ressentimentos políticos é para poucos, ou somente para aqueles políticos que não são confiáveis para ter como parceiros duradouros na política e governo. Fica a critério de cada um entender como quiser tais situações conforme sua leitura política ou personalidade.
Em última análise fica a dica para a prefeita Duch, pois agora quem está no poder é ela, porém os vereadores continuam sempre sendo os mesmos e buscando sempre estar do lado do poder conforme seus interesses políticos e pessoais.
Como diria o inenarrável Toninho Loureiro: "O poder é uma delícia!" - Se os vereadores estão ao lado da prefeita em troca de pedidos atendidos ou cargos para indicados por eles, o passado recente é uma lição de como os prefeitos ganham e perdem apoio. Logo isso não é em momento algum nova forma de fazer política, é somente repetição da política de sempre de conchavos e clientelismo político à velha moda coronelista.
O povo nessa história só tem como finalidade arcar com as consequências de suas escolhas e visão política tacanha. O resto é ilusão da matéria que algo mude, pois o jogo de interesses pessoais conforme o contexto político sempre prevalece.
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