Funcionários do quadro escolar protestam em Itapeva por salários dignos e valorização profissional
Em Carta Aberta, categoria afirma estar abandonada e
invisível perante o poder público e reivindica melhorias urgentes durante
sessão na Câmara Municipal
Durante a sessão legislativa realizada nesta quinta-feira, 15 de maio, na Câmara Municipal de Itapeva, funcionários públicos do Quadro de Apoio
Escolar (QAE) manifestaram publicamente, por meio de uma Carta Aberta à
Sociedade, uma série de reivindicações relacionadas às condições precárias de
trabalho e à urgente necessidade de valorização salarial da categoria.
Na manifestação, os trabalhadores do QAE denunciaram a
situação de descaso e o sentimento de invisibilidade enfrentado diariamente por
funcionários essenciais para o funcionamento das escolas municipais. "Sou
funcionário do quadro de apoio escolar. Trabalho todos os dias para que nossas
escolas funcionem: limpo, organizo, alimento, acolho, cuido. Faço parte do
alicerce silencioso que permite que o ensino aconteça", destacou o texto
lido no plenário.
A carta ressalta o drama da defasagem salarial, agravada
pela inflação dos últimos anos, que torna a vida cotidiana dos trabalhadores
cada vez mais difícil. "Meu salário está tão defasado que já não consigo
mais viver com dignidade", relata o documento. Esse cenário evidencia uma
crise humanitária e social silenciosa entre aqueles que diariamente cuidam e
zelam pelo bem-estar de milhares de crianças e jovens estudantes da rede
municipal de ensino.
"Enquanto ajudo a
cuidar de centenas de crianças e jovens nas escolas, manter o básico para mim e
minha família está cada vez mais difícil. É um sentimento de abandono, de
invisibilidade", descreve o comunicado.
Durante a sessão, o clima foi marcado por tensão e emoção,
com servidores exigindo uma posição firme e responsável do poder público
municipal. Diversos vereadores se pronunciaram a favor das reivindicações e
cobraram a imediata atuação do Executivo no sentido de garantir reajustes
salariais adequados e condições mínimas de trabalho, destacando a importância
social e educacional do Quadro de Apoio Escolar.
"Não peço luxo, só peço justiça. Que reconheçam nosso valor. Que possamos viver, comer com dignidade, e não apenas sobreviver", apelaram os trabalhadores, reivindicando respeito e atenção urgentes das autoridades municipais.
De acordo com representantes da categoria, novas
mobilizações serão planejadas caso não haja uma resposta concreta da prefeitura
nos próximos dias. Vereadores prometeram fiscalizar e pressionar o Executivo
para que as demandas sejam atendidas rapidamente, reforçando o compromisso com
a defesa dos direitos trabalhistas e sociais dos servidores públicos
municipais.
A carta termina com um alerta claro às autoridades: "Somos apoio. Mas também somos gente. E merecemos respeito", enfatizando que a dignidade profissional desses trabalhadores não pode mais esperar.
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