AstraZeneca e Pfizer possuem mais de 90% de efetividade contra hospitalização pela variante Delta
Um estudo da Public Heatlh England (PHE) mostrou que a
aplicação de duas doses da vacina AstraZeneca apresenta 92% de
efetividade contra a hospitalização pela variante Delta (B.1.617.2) do
Sars-CoV-2. A variante, antes conhecida como indiana, tem se espalhado
rapidamente pelo Reino Unido e já teve casos confirmados no Brasil.
A vacina também demonstrou uma alta efetividade contra a
variante Alpha (B.1.1.7), identificada pela primeira vez no Reino Unido, com
redução de 86% nas internações. O fato foi reforçado nesta quarta-feira, 21,
durante entrevista na Globo News pelo Professor Carlos Fortaleza, da Unesp
Botucatu, um dos responsáveis pelo estudo de efetividade,
O estudo da agência de saúde do governo britânico envolveu
a vacina da AstraZeneca, que no Brasil é produzida pela Fiocruz, e o
imunizante da Pfizer. A pesquisa analisou 14.019 casos da variante Delta que
chegaram às emergências dos hospitais ingleses entre 12 de abril e 4 de junho
deste ano. Destes, 122 foram hospitalizados. Foi comparado o risco de
internação entre os não vacinados e os vacinados com primeira e segunda
doses. Outros 13.192 casos envolvendo a variante Alpha foram
identificados, com 166 internações.
A efetividade média em relação à taxa de hospitalização para
vacinados com a variante Delta foi similar à da variante Alpha, levando em
conta os dois imunizantes: Alpha com 78% (uma dose) e 92% (duas doses); Delta
com 75% e 94% (respectivamente).
No caso da Pfizer, a vacina apresentou média de 94% de
efetividade após a primeira dose e 96% após a segunda contra a internação pela
variante Delta. Na AstraZeneca foram registrados 71% de efetividade após a
primeira dose e 92% após a segunda. “Estas descobertas indicam níveis de
proteção muito altos contra as hospitalizações pela variante Delta com uma ou
duas doses de qualquer uma das duas vacinas”, diz o estudo.
Vacina
Fruto da parceria com a AstraZeneca, a vacina Covid-19
(recombinante) foi desenvolvida pela Universidade de Oxford através da plataforma
tecnológica de vírus não replicante (a partir do adenovírus de chimpanzé,
obtém-se um adenovírus geneticamente modificado, inofensivo ao ser humano, por
meio da inserção do gene que codifica a proteína S do vírus Sars-CoV-2).
A vacina recebeu autorização condicional de comercialização
ou uso de emergência em mais de 80 países em seis continentes. Mais de 500
milhões de doses foram fornecidas a 165 países em todo o mundo, incluindo mais
de 100 países através do Covax Facility.
A variante Delta tem contribuído para a atual onda de
infecção na Índia. Recentemente, ela substituiu a Alpha como cepa dominante na
Escócia e é responsável por um significativo aumento de casos no Reino Unido. O
Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas em Imunização (Sage) da Organização
Mundial da Saúde (OMS) recomendou a aplicação da AstraZeneca mesmo em
países onde haja a circulação de variantes.
Fonte: Fiocruz
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