Aparelho que substitui as funções de pulmão e coração é implantado pela primeira vez em Botucatu
Paciente recebeu aparelho no Hospital Unimed de
Botucatu
A equipe de Cirurgia Cardíaca do Complexo Hospitalar da
Unimed Botucatu realizou na primeira semana de setembro um procedimento inédito
na região: a implantação de um ECMO – um aparelho de oxigenação por
membrana extracorpórea. A avançada Terapia, que já é realizada no Brasil em
grandes centros de referência, é indicada em casos bastante específicos e exige
uma estrutura hospitalar com profissionais capacitados. O recurso ficou
conhecido da população em geral em abril desse ano, quando foi utilizado no humorista
Paulo Gustavo, vítima de Covid-19.
A ECMO foi instalada no paciente no Hospital 2 da Unimed
Botucatu pela equipe composta pelo cirurgião cardíaco Dr. Marcello Laneza
Felicio, Dr. Flávio Brito, Dr. André Garzesi e Dr. Eduardo. “Esta
modalidade de assistência circulatória mecânica mantem o paciente vivo enquanto
o pulmão diminui o seu trabalho e se recupera. O implante da ECMO foi bem
sucedido e esperamos que mais pacientes possam se beneficiar deste
procedimento”, disse Dr. Felicio.
Médicos, enfermeiros, técnicos e fisioterapeutas da UTI do
Complexo Hospitalar Unimed Botucatu receberam orientações e contribuem
para dar suporte e conduzir o paciente, que nas primeiras 48horas teve o
acompanhamento de equipe multiprofissional exclusiva.
“Toda a equipe recebeu orientações de manuseio com o ECMO
e cuidados específicos na assistência ao paciente, que exige bastante atenção,
com monitoramento e exames realizados periodicamente”, explicou o
enfermeiro que coordena a UTI adulto, Roberto Oliveira.
O paciente segue conectado ao pulmão artificial. A
expectativa é que esse tratamento se estenda por pelo menos 2 a 3 semanas. No
país, a utilização da ECMO por mais tempo foi de 33 dias, com recuperação do
paciente.
“É importante ressaltar a qualidade da equipe e da infraestrutura,
que está apta a acompanhar avanços tecnológicos e praticar aqui a medicina de
excelência, que nos norteia”, afirmou o Diretor Técnico do Complexo
Hospitalar da Unimed Botucatu, Dr. Celso Pizarro.
ECMO

A terapia é usada nos EUA há cerca de 40 anos e, no Brasil
desde 2019 no apoio às cirurgias cardíacas e no atendimento a quadros graves de
pneumonia severa, aspiração de mecônio por bebês, asma e insuficiência
respiratória.
O procedimento é feito no leito da UTI (sem necessidade de
remover o paciente para o centro cirúrgico) e consiste no implante de um
cateter que desvia parte do sangue do corpo para uma bomba e para um oxigenador
(o pulmão artificial). A ECMO ajuda a retirar o gás carbônico e a oxigenar o
sangue, que retorna ao coração por um outro cateter conectado em uma veia no
tórax ou no pescoço do paciente.
A terapia não é coberta pelos Planos de Saúde e ainda não
está disponível em larga escala no Sistema Único de Saúde.

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