Empreendedora itapevense fatura milhões com brigadeiros nos Estados Unidos
Com a TinyB, a paulista Renata Stoica já vendeu o
tradicional doce para empresas como Google e Facebook
Para Renata Stoica, brigadeiro tem um apelo emocional:
lembra os dias de infância preparando os doces. “É uma memória muito
positiva com meus amigos indo para a minha casa porque sabiam que teria
chocolate”, afirma a paulista da cidade de Itapeva. A paixão era tanta que
ela confiou que o doce seria amado em outros lugares do mundo e criou a TinyB,
empresa que vende brigadeiros e tem uma fábrica no Vale do Silício,
nos Estados Unidos. O negócio faturou US$ 2,4 milhões (cerca de R$ 13
milhões na cotação atual) nos últimos 12 meses.
Stoica, 44 anos, se mudou para os Estados Unidos em 2013
para viver com o marido norte-americano. Anteriormente, no Brasil, ela
trabalhava como enfermeira, mas estava insatisfeita com a profissão e pensava
em seguir carreira como fotógrafa — um de seus hobbies. No entanto, em uma
conversa com uma amiga, percebeu que poderia ser interessante vender
brigadeiros na cidade de São Francisco, nos EUA.
“Eu costumava fazer brigadeiros para amigos que nos
visitavam em casa e pensei que poderia dar certo começar uma empresa”,
afirma. Quando perguntou a opinião do marido sobre o negócio, ele ficou com
receio, não sabia se faria sucesso entre os estadunidenses por ser muito doce.
Stoica não se deixou abater e testou diversas receitas para conseguir encontrar
o sabor ideal.
A partir daí, o desafio era outro: achar toda a
matéria-prima que necessária para fazer os brigadeiros. “Eu comprava leite
condensado em um supermercado latino, mas era muito caro e em pouca quantidade,
então era inviável fazer para vender”, afirma a empreendedora, que
encontrou um fornecedor pesquisando no Google. Já as forminhas e granulados
eram comprados no Brasil e levados por amigos e parentes da empreendedora.
O negócio foi oficializado em 2014. Ela fazia os doces na
cozinha da própria casa e oferecia o produto para restaurantes e cafeterias.
Também tentou emplacar o brigadeiro em casamentos, mas sentiu uma barreira. “Aqui
as tradições em casamento são outras, e as pessoas não sentiam vontade de
experimentar o brigadeiro durante a festa. Eu acabava vendendo poucas unidades”,
afirma, acrescentando que os consumidores aprovavam o produto, mas a empresa
ainda vendia pouco. "Percebi que não chegaríamos muito longe desta
maneira.”
A virada veio em 2017, quando a marca foi convidada por
empresa para desenvolver um workshop de brigadeiro. “Era uma casa com cerca
de 30 pessoas e fizemos os doces no local. Todo mundo adorou o cheiro”, diz
Stoica, que percebeu que seria mais vantajoso ter corporações como clientes.

“É uma prática muito interessante para empresas que
querem fazer integrações entre os funcionários para conseguir engajamento”,
afirma. Com isso, a TinyB passou a ficar conhecida no setor e crescer
especialmente pela divulgação dos próprios consumidores. Em 2019, a empresa
criou uma fábrica na região do Vale do Silício, onde ficaria mais perto de
grandes corporações como o Google e Facebook — que já eram clientes.
Realizando eventos presenciais, a TinyB foi impactada
fortemente no início da pandemia do coronavírus, em março de 2020. A saída foi
uma versão online das aulas de brigadeiro: as caixas com os produtos eram
enviadas para as empresas e seus funcionários fazerem os doces em suas casas.
Outra solução foi aumentar a oferta de produtos. Assim, a
TinyB também passou a oferecer os cookies — mais conhecidos pelos
estadunidenses. "Decidi fazer cookies recheados de brigadeiro que se
tornaram bem atrativos para os clientes do nosso e-commerce. Eles levavam o
cookie que já estavam acostumados e o brigadeiro para experimentar",
afirma.
Fonte: PequenasEmpresas&GrandesNegócios

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