Polícia

Caso Ana Clara: Babá é indiciada por homicídio culposo em Piraju

A Polícia Civil concluiu o inquérito do caso da bebê de apenas 11 meses que ficou sequelada após cair em um balde contendo água e álcool em Piraju. Assinado pelo delegado Adriano Leite de Assis, o relatório determina o formal indiciamento da babá que estava com Ana Clara Silveira Andrade no dia do acidente.

A polícia constatou que a profissional praticou homicídio culposo (quando não há intenção de matar). Além disso, as investigações comprovaram que, na época dos fatos, a mulher exercia ilegalmente a profissão.

Os crimes imputados a ela estão discriminados no artigo 121 do Código Penal e no artigo 47 da Lei de Contravenções Penais. Ontem, 13, a acusada foi notificada pela polícia sobre o indiciamento.

Segundo a polícia, o acidente ocorreu em uma escola infantil que estava inativa desde o dia 23 de outubro de 2020. No dia 29 de junho de 2021, a criança estava sob os cuidados da indiciada, a qual prestava serviços remunerados de babá.

Ana Clara acabou caindo em um balde. Em depoimento, a mulher disse que, ao sair para esquentar a mamadeira para atender uma criança que estava chorando, notou que a bebê não estava mais na copa da casa. Na sequência, ao verificar a ausência de Ana, foi até o banheiro.

“Posteriormente viu que ela estava dentro do balde, que estava perto do tanque, com o rosto submerso e os pés para cima, isso ocorrido a menos de dois minutos do tempo que havia se afastado da criança”, diz o depoimento da babá.

Para a polícia, a babá agiu de forma negligente, pois, mesmo que tenha se afastado por pouco tempo, deixou a criança próximo ao balde. Ana Clara foi socorrida inconsciente e com quadro de parada cardiorrespiratória ao pronto-socorro municipal e depois transferida para Botucatu.

O médico legista que avaliou a bebê constatou “lesões corporais de natureza gravíssima devido à enfermidade incurável por lesão cerebral isquêmica irreversível”. Ana Clara faleceu em novembro do ano passado devido às sequelas do acidente.

Sobre o exercício ilegal da profissão, a polícia apurou que “a investigada exercia atividade econômica semelhante a uma creche, pois era remunerada pelos cuidados oferecidos a crianças, trabalho exercido sem preencher as condições a que por lei está subordinado”.

O relatório final do inquérito foi remetido no início do mês ao Fórum da Comarca de Piraju para apreciação do juiz competente.

por: Diego dos Reis / Expresso Piraju - Foto: Arquivo Pessoal

 

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