Caso Carol Pascuin: ex-padrasto acusado de matar influencer é condenado a prisão por stalkear vítima e mãe dela
Anna Carolina Pascuin foi achada morta no dia 13 de
novembro de 2021, em Sorocaba (SP). Ex-padrasto dela, Eduardo dos Santos
Freitas, respondia pelo crime em liberdade, mas se tornou foragido da Justiça
em julho deste ano, quando foi denunciado por estuprar uma criança de dois anos
O advogado Eduardo
dos Santos Freitas, acusado
de matar a influencer Carol Pascuin, em 2021, em Sorocaba (SP),
e foragido da Justiça em
função de um caso de estupro ocorrido em Itapeva (SP), foi condenado a
dois anos de prisão por stalkear Pascuin e a ex-mulher, mãe da jovem. A decisão
da Justiça de Pilar
do Sul (SP) foi publicada em 15 de dezembro.
A denúncia foi
feita pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP), com base no artigo
147 do Código Penal. Esse artigo fala sobre perseguir alguém,
reiteradamente e por qualquer meio, ameaçando a integridade física ou
psicológica, restringindo a capacidade de locomoção ou, de qualquer forma,
invadindo ou perturbando sua esfera de liberdade ou privacidade.
A ação ainda cita o
inciso dois desse artigo, que trata do crime contra a mulher por razões da
condição de sexo feminino.
Conforme o MP,
Eduardo conviveu com a ex-mulher, Elaine Pascuin, por aproximadamente 15 anos e
era o padrasto de Anna Carolina Tadeu Pascuin Nicoletti (Carol). O
relacionamento dele com Elaine terminou em agosto de 2016, porém, após o fim da
união estável, o advogado passou a perseguir as vítimas de forma
repetitiva. A
denúncia também foi investigada pela Polícia Civil.
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Advogado foi levado para a Deic de Sorocaba (SP) em 2021
— Foto: Leandro Manhães/TV TEM/Arquivo
Ainda de acordo com o MP, as perseguições envolviam o comparecimento
ao consultório de Elaine para exigir transferência de bens de forma agressiva,
de forma reiterada, e a criação de perfis fakes em redes sociais para manter
contato com Carol, além do comparecimento ao local de trabalho da jovem
para constrangê-la e da invasão à residência dela.
Com a morte de Carol, a Polícia Civil analisou os aparelhos
do réu e achou uma anotação em bloco de notas de um aplicativo espião, que
também pode ser chamado de "spyware" ou "stalkerware".
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Mensagens foram mandadas para Anna Carolina — Foto:
Reprodução
Na decisão, o
magistrado Éverton Willian Pona registrou o seguinte:
"Em conclusão
tem-se que o réu, de forma consciente e espontânea, perseguiu reiteradamente,
mediante invasão da residência da vítima, a retirada de pertences dela do
local, o envio de mensagens ofensivas, a criação de perfis fakes em redes
sociais para manter contato com a vítima, a aproximação constante do local de
trabalho da vítima, o comparecimento indesejado na residência da vítima durante
a madrugada, seguida de chamados e ligações telefônicas insistentes, a vítima
Anna Carolina Tadeu Pascuin Nicoletti."
Com isso, Eduardo
foi condenado a dois anos, dois meses e sete dias de prisão em regime
fechado. Para a decretação da prisão, foi considerado o fato de ele estar
foragido no caso em que é acusado de estupro.
Com a decisão,
agora o advogado tem dois mandatos de prisão expedidos pela Justiça.
Eduardo não
respondeu aos questionamentos feitos pelo g1.
Relembre o caso
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Foto: Arquivo pessoal
Carol foi
achada morta no dia 13 de novembro de 2021, na cama dela, no bairro Wanel Ville,
com uma marca de tiro na cabeça. O local
estava todo revirado e sem os celulares e computadores da vítima, mas
não tinha sinal de arrombamento e estava com a porta destrancada.
O ex-padrasto da
vítima, Eduardo, chegou a ser denunciado pela morte dela. Ele foi preso
temporariamente por 60 dias, mas a Justiça não decretou a sua prisão
preventiva. Com isso, o homem foi solto, mesmo virando réu por homicídio
qualificado.
À mãe, a jovem
afirmou ter sofrido abusos sexuais do então padrasto desde os 14 anos. A vítima
já tinha 18 anos quando a situação veio à tona, mas os supostos abusos não
foram denunciados à polícia na época.
Em julho de
2023, um boletim de ocorrência por estupro de vulnerável foi registrado
contra Eduardo em Itapeva.
Na época, ele negou as acusações e afirmou que estava sendo
"vítima de uma monstruosidade".
Conforme o
documento, após o suspeito ter ficado sozinho com uma criança, que tinha apenas
dois anos e dez meses e é parente de Eduardo, os pais notaram uma mudança no
comportamento do menino. Logo que foi deixada em casa, a criança relatou o
abuso à família.
Fonte: g1

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