Agronegócio

Produtores de tomate em Ribeirão Branco enfrentam crise e optam por doações para evitar desperdício

Com preço abaixo do custo, agricultores do interior paulista descartam parte da colheita; desperdício ainda é alarmante

A crise no preço do tomate atingiu em cheio os produtores de Ribeirão Branco, levando muitos a doarem parte de suas colheitas para minimizar os prejuízos. A cidade, 14ª maior produtora do estado, concentra 19 mil hectares dedicados à cultura, envolvendo cerca de 1.040 produtores. Apesar do esforço em evitar perdas, toneladas de tomates continuam sendo descartadas, ilustrando a gravidade do problema.

Segundo Denis Magalhães Machado, secretário municipal de Agricultura, o valor atual da caixa de 22 quilos, fixado em apenas R$ 20, está muito abaixo do ideal de R$ 45, necessário para cobrir os custos de produção e logística. "Diante disso, muitos decidiram doar o que podem. Outros nem chegam a colher, preferindo cortar os pés no campo", explicou. A medida visa reduzir gastos com mão de obra e transporte, mas amplia o desperdício.

Os agricultores que possuem meios de transporte levam os tomates até o terminal local, onde a população pode retirar gratuitamente. “Ainda assim, sobra muito. Há quem use os tomates para alimentar o gado”, acrescentou Machado. Apesar da solidariedade dos produtores, a logística limitada e o grande volume colhido dificultam o aproveitamento total da safra, expondo fragilidades na cadeia produtiva e comercial.

A prefeitura reconhece a dimensão do desperdício e planeja buscar alternativas para mitigar a crise. No entanto, enquanto os preços não melhoram, a combinação de excedente, baixos valores de mercado e falta de estrutura para escoamento segue penalizando os agricultores e alimentando o desperdício em larga escala.

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