Empregos formais aumentam a renda das famílias em 2024
O ano de 2024 tornou-se ponto de virada na distribuição de renda no Brasil, com 50,1% das famílias atingindo as classes C.
O resultado equivale que rendimentos domiciliares acima de R$ 3,4 mil por mês, segundo estudo da Tendências Consultoria. Essa é a primeira vez, desde 2015, que a classe média volta a representar a maioria da população brasileira.
A recuperação do mercado de trabalho após a pandemia foi o principal fator por trás desse avanço. Entre 2023 e 2024, houve uma migração significativa de famílias das classes D/E para a classe C.
O aumento do emprego formal foi um dos grandes destaques, com 3,6 milhões de novas vagas com carteira assinada criadas entre janeiro de 2023 e setembro de 2024. Esse avanço derrubou a taxa de desemprego ao seu menor patamar histórico, de 6,1%, enquanto o nível de ocupação atingiu 58,8%, superando o índice pré-pandemia.
Além do crescimento do PIB e da renda do trabalho, a queda da desigualdade foi outro avanço em 2024. A renda média domiciliar per capita cresceu 6,98% em 12 meses, mas entre os 50% mais pobres o aumento foi ainda maior: 10,2%. Essa melhora é atribuída principalmente à redução do desemprego, responsável por 40% do aumento da renda das famílias.
Destaque das classes sociais
- Classe C: Famílias com rendimento entre R$ 3,5 mil e R$ 8,1 mil foram as mais beneficiadas, com um aumento de 9,5% na renda total em 2024.
- Classe B: Domicílios com rendimentos entre R$ 8,1 mil e R$ 25 mil também tiveram ganhos expressivos, com um crescimento de 8,7%.
- Classe A: Com ganhos concentrados em aplicações financeiras e aluguéis, a classe A deve continuar sendo favorecida pela alta da Selic, que está em 12,25% ao ano e pode chegar a 14,75% em 2025, conforme previsões.
A combinação de crescimento do emprego formal, valorização do salário mínimo e redução da desigualdade trouxe resultados sociais comparáveis aos de 2014, considerado um dos melhores anos para o mercado de trabalho brasileiro.
Contudo, desafios como inflação elevada e juros altos ainda impactam negativamente as famílias mais pobres, que continuam mais vulneráveis ao aumento de preços.
Esse cenário reafirma o papel do mercado de trabalho como motor da ascensão social, ao mesmo tempo em que destaca a importância de políticas públicas voltadas à redução das desigualdades para consolidar os avanços alcançados.

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