TOMA CINQUENTÃO NO VALE ALIMENTAÇÃO | Depois de bancar um coffee break para funcionários, fazendo uma vaquinha entre os secretários, a prefeita decretou reajuste de R$ 50 no vale alimentação dos funcionários. O vale alimentação passou de R$350 para R$ 400, sendo considerado por muitos funcionários uma forma de menosprezar o servidor público municipal. As reclamações de que o aumento de salários de secretários foi exorbitante, enquanto nada se fala de aumento real de servidores municipais deu o tom da conversa sobre o reajuste do vale alimentação. Aparentemente a prefeita toma decisões por impulso, sem avaliar criteriosamente a repercussão de suas decisões e declarações. Nada de espanto, porque isso é algo comum na política de Itapeva. Toma R$50 e não se fala mais nisso!

ESTRANHOS NO NINHO | Após a repercussão do banquete matinal tornar o assunto comentário geral dentro de outras secretarias, outro assunto ganhou destaque: A nomeação de irmãos de vereadores para cargos técnicos e comando de setores aparentemente irritou funcionários de carreira que apoiaram a prefeita Duch nas eleições. A expectativa frustrada de obter uma chance de mostrar serviço e melhor remuneração foi o sentimento expressado por funcionários que se sentiram traídos ou menosprezados por secretários e prefeita. A medida que as nomeações são feitas, colocando parentes de vereadores em cargos de indicação política e função técnica, aumenta o argumento de prática de nepotismo cruzado e também insatisfação interna dentro de várias secretarias. 

GAMBIARRA NO DIÁRIO OFICIAL | Pela primeira vez na história de Itapeva um secretário nomeado para o regular exercício de suas funções não irá assinar todos documentos pertinentes à sua atribuição funcional. Os decretos 14.271/25 e 14.272/25 respectivamente, salvo melhor juízo de algum entendido de plantão das redes socais, torna o ilustre secretário de Administração Regional sem poder para ordenar despesas e assinar contratos, sendo portanto, uma espécie de diretor de luxo, mas com salário avantajado de secretário. Depois de reativar o que estava ativado, a prefeita inova e garante o primeiro secretário que depende dos colegas para firmar documentos. Se vai dar ou não improbidade essa história, os universitários das redes sociais que se ocupem de esclarecer e debater o assunto. 

AJUDANTE GERAL DE CONSULTORIA | Seguindo a moda de inovação, a prefeita mantém um ajudante geral de gabinete, que assim se declarou nas próprias palavras em canal de debates, para depois dizer que era também consultor político e marqueteiro da prefeita. A situação inusitada do sujeito, que não está nomeado para nenhum cargo, leva a crer que a Procuradoria Geral se tornou adepta de teorias estranhas ao serviço público, no tocante a hierarquia e eficácia dos atos administrativos. Mas nada que choque tanto quanto o teletrabalho e garantia do rateio de honorários em processos administrativos, que serão mantidos a peso de ouro pela atual prefeita pregadora da legalidade e transparência. Desde que não seja necessário publicar a declaração de renda desses senhores no diário oficial, fica tudo bem escondidinho aos olhos do povão que não lê as peripécias do diário oficial nas últimas semanas. A coerência vem passando longe do Paço Municipal ultimamente. Na Câmara Municipal, a reclamação é que foi instituído o cargo de "marido-assessor" o que vem causando irritação na edilidade. 

BANCO DO MICROEMPREEDEDOR DE ITAPEVA | Ainda na linha da inovação da gestão pública municipal, apoiadores do secretário de Finanças, querem que o ex-vereador Laércio Lopes bote pra quebrar na prefeita, ou melhor dizendo, que não quebre a prefeitura com tantos salários elevados e reajustes de cinquenta reais. A novidade é apelar para o ilustre secretário concretizar sua ideia de banco municipal do microempreendedor, que ele defendia quando era vereador, tornando o crédito de dinheiro de impostos objeto de empréstimo a juros para empreendedores municipais. Um economista das redes sociais até ponderou criar uma cláusula de barreira, tornando os empréstimos consignados com reservas do IPMI e apenas utilizados dentro dos limites deste município, cujo PIB não para de crescer! Por outro lado, ideia esdrúxula de taxar MEI foi abandonada para alivio dos contribuintes e microempreendedores de Itapeva.

A LOUSA DA CORONEL | Após convocar vereadores para uma reunião emergencial, destinada a discutir os rumos financeiros do município, a prefeita adotou a lousa como material didático para expressar suas concepções de orçamento. Apesar da sonolência dos vereadores durante as explicações da prefeita, o assunto parece estar esclarecido, sendo após redigido um minucioso decreto de análise de despesas, que torna inclusive a possibilidade de dação em pagamento de bens do patrimônio municipal uma hipótese para pagar credores. Como o assunto contábil é muito complexo para explicar por meio de números e conceitos da atividade financeira estatal, ainda mais para vereadores com dificuldades de compreender o que seja passivo e ativo (alguns entendem disso) a prefeita e secretário de Finanças apostam na pedagogia da lousa e canetão. A lousa também foi útil para explicar ao secretário de Administração Regional o fluxo de trânsito da rua Lindóia, onde a prefeita quer uma obra emergencial. Lembrando que a conta da fatura da obra será assinada por outro secretário.

INVEJA NO PODER LEGISLATIVO | O presidente da Câmara Municipal aposta na assertividade das articulações para tornar o Poder Legislativo protagonista da política de Itapeva. As reuniões com assessores de deputados, lobbistas e funcionários públicos que foram dispensados de suas funções após reformulação de cargos em secretárias, é uma amostra que Marinho Nishiyama está aproveitando as oportunidades de se tornar uma liderança politica desvencilhada de rótulos de pau mandado do cacique político do PL. Se ele não gostou de saber isso por aqui, seria providencial ele colocar escutas nos gabinetes dos colegas e ouvir atentamente crises de inveja de alguns pares. O poder gera muita coisa, dentre elas a inveja dos mais próximos do cotidiano do relacionamento político. Boa sorte vereador, até aqui bom trabalho.

PERSEGUIÇÕES POLÍTICAS | Ganhou destaque nessa semana reclamações abertas ao público de funcionários que estão se sentindo perseguidos politicamente pelo novo governo. Funcionários de carreira que ocuparam cargos de comando na gestão passada em várias secretárias foram exonerados, afastados e até transferidos, ou colocados de molho de férias e licenças. As atitudes de comunicar os afastamentos e desligamentos por meio de mensagens de whatsapp e ofícios repentinos, sem nenhuma conversa, causaram estarrecimento em algumas secretarias. Os casos mais comentados foram do ex-dirigente do SAMU e de uma auxiliar de serviços gerais que foi removida de unidade de saúde da Vila Bom Jesus, além de outros funcionários sumariamente desligados ou transferidos sem explicação prévia. Como sempre, as redes sociais se tornou muro das lamentações e publicidade negativa de bastidores do Poder Executivo. 

MURO DAS LAMENTAÇÕES| Como sempre, as redes sociais se torna muro das lamentações e publicidade negativa de bastidores do Poder Executivo. Nas declarações dos funcionários os mesmos alegam que o apoio eleitoral dado em campanha para a ex-vereadora e ex-secretária de Saúde, Vanessa Guari, foram os motivos dessas atitudes por parte dos novos secretários. Há também recorrente acusação de que houve ordens expressas diretas do gabinete da prefeita para haver retaliação política. A julgar por declarações passadas da própria irmã da prefeita em comentários de debate, a controvérsia se tornou fato. Torna-se cabível atuação dos vereadores sobre o assunto, porém os conchavos políticos impedem que haja esclarecimentos reais sobre tais assuntos.

MOTIVOS POLÍTICOS OU ANTI DEMOCRACIA?|O assunto deverá render mais episódios, pois houve reclamações junto ao Ministério Público dos funcionários que se sentiram de alguma forma prejudicados. Aparentemente há uma sinalização dos operadores do novo governo entenderem que a democracia não é garantia de livre exercício do direito ao voto e liberdade de pensamento político. Diante das reclamações que ganham repercussão dentro e fora da prefeitura, a situação precisa de muita reflexão. Voltaremos ao tema em futuros editoriais e artigos de opinião. Afinal, até mesmo a liberdade de imprensa e pluralismo ideológico parece não agradar nenhum dos detentores do poder político em Itapeva. A nossa missão é impedir que atos contrários à convivência democrática e republicana se tornem uma triste realidade em nosso município, impedindo até mesmo o debate político e administrativo em benefício da sociedade local.