Destaque

Inflação de alimentos preocupa: carne e café devem subir até 20% nos próximos meses

Alta dos preços é impulsionada pelo ciclo pecuário, efeitos climáticos e exportações aquecidas

A inflação dos alimentos segue como um dos principais desafios para o governo e motivo de apreensão para os consumidores, que buscam alternativas para driblar o impacto no bolso. Entre os produtos que devem registrar as maiores altas nos próximos meses, estão a carne bovina e o café, com reajustes que podem chegar a 20%.

De acordo com economistas consultados, o movimento de alta na carne bovina está diretamente ligado ao atual ciclo pecuário do boi gordo, que influencia a oferta e a precificação do produto. Além disso, o cenário econômico e climático do fim de 2024 também pesa na formação dos preços, com a desvalorização do real frente ao dólar e os impactos do clima sobre a produção agropecuária.

Outro fator determinante para o aumento do custo da carne no mercado interno é o crescimento das exportações brasileiras, o que reduz a oferta no país e pressiona os preços para cima. A tendência é que esse encarecimento se estenda para proteínas alternativas, como frango e suínos, além de refletir no aumento do consumo de ovos como substituto.

Já o café, que acumula altas expressivas desde 2024, segue no radar da inflação. No ano passado, o café em grão no atacado registrou um salto de 120,40%, conforme levantamento da Fundação Getulio Vargas (FGV). O economista Matheus Dias explica que o produto tem grande peso no Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-Agro) e que, embora o ritmo de aumento possa perder força, ainda haverá impacto significativo na inflação de 2025.

A alta desses produtos é um reflexo da dinâmica do mercado global, já que muitos itens da cesta básica nacional são também commodities exportadas, como arroz, carnes e café. O governo monitora a situação e avalia medidas para minimizar os impactos sobre a população, enquanto os consumidores buscam estratégias para equilibrar o orçamento diante da nova onda de reajustes.

Deixe um comentário