EDITORIAL — Onde há fumaça há fogo! Aumento de impostos e taxas com apoio de vereadores?
Na melhor das hipóteses o eleitor de Itapeva e região é uma espécie de pessoa borderline de político.
O sentimento de rejeição com a própria cidade e região causa uma estranha facilidade de serem manipulados por políticos verborrágicos ou dependentes de políticos manipuladores. Isso é elemento incontestável da nossa história política passada e presente, quiçá futura por alguns séculos adiante.
A rede social serve de exemplo de como os nossos cidadãos reclamam da cidade que moram sentindo-se rejeitados e carentes de melhores condições de governo, infraestrutura e serviços públicos em geral.
A cada eleição, seja municipal ou nacional, nutrem o sonho impossível de uma reviravolta governamental que faça Itapeva e região sair do atraso e embarcar na locomotiva do progresso. Ao nutrirem as fantasias políticas de renovação governamental e política, ficam feito matracas frenéticas nas redes sociais arrotando slogans da nova política contra velha política. Tudo isso é lamentável.
O nosso eleitorado municipal e regional vive refém das bolhas ideológicas da extrema direita estúpida ou esquerda ruminante de conceitos ultrapassados. O eleitorado municipal e regional eleição após eleição torna-se facilmente manipulado por candidatos a prefeitos, vereadores e deputados que volta e meia aqui surgem para regar a terra fértil da mente atabalhoada do eleitor borderline político, que é aquele eleitor que vota sem avaliar nada além do apego irracional ao candidato e representação maníaca que aquele sujeito quando estiver no poder resolverá todos os assuntos pendentes do município.
Diante desse retrato político da nossa massa de cidadãos eleitores ocorre uma exceção à regra. Para quem não faz parte dessa bolha maníaca, de nada adianta empinar o queixo e ficar gesticulando mencionando frases soltas em vídeos nas redes sociais. De nada convence lacrar o verbo na tribuna do plenário da Câmara Municipal e berrar que vota contra aumento de tributos municipais e que está do lado do povo. A lenga lenga retórica é sempre a mesma...
Mas, caríssimos leitores: Onde há fumaça há fogo!
Raciocinem: Os vereadores veteranos têm faro apurado para sentir odores de fumaça dentro da prefeitura quando as coisas não estão bem. Estão atentos a cada passo em falso que pode ser dado por qualquer prefeito.
Cada passo em falso pode ser também piorado com vereadores atirando cascas de banana pelo trajeto dos prefeitos no espinhoso caminho até o final do mandato. Mandato que pode ser abreviado caso as coisas fiquem um tanto desagradáveis para vereadores e população em geral.
Se já era assim na era Cavani, Comeron, Cavani de novo e Mário Tassinari, temos que avaliar uma mudança significativa. Sim, os tempos mudaram, antes política municipal era assunto tratado por pessoas com militância política e compreensão dos mecanismos da administração pública.
Hoje em dia, as pessoas, isto é, os cidadãos que são exceção à regra do eleitor borderline, tinham senso crítico mais elevado, porém atualmente nem mesmo essa turma sustenta argumentos plausíveis quando se debate política municipal ou nacional, ou assuntos triviais de administração e zeladoria pública. O achincalhe e surto de impropérios contra qualquer debate político minimamente racional é generalizado.
Se depois do mandato de Wilmar Mattos, até o presente, atualmente é difícil encontrar um prefeito ou secretário que tenha capacidade de cognição e habilidade política e administrativa. A era de prefeitos das antigas que remonta de Armandinho Ribas encerrou-se de vez com o mandato de Mário Tassinari. Acabou essa fase da história política de Itapeva.
Ficamos à mercê das matracas das redes sociais, dos eleitores borderline políticos e dos políticos fanfarrões das mídias sociais e tribunas das casas legislativas.Resta a impressão que os tiozões da velha guarda da política de Itapeva estão caducos e os novatos são cabeças de bagre.
Embora isso seja uma constatação que pode e deve ser contestada, até mesmo refutada, pois não é convencional, o que deve ser considerado como elementar é que os vereadores não acompanharam a mudança do eleitorado, porém permanecem com instintos de percepção e leitura dos acontecimentos políticos e administrativos bastante aguçados.
Hoje em dia, estamos na era dos eleitores de tiktokers, de cidadãos abobalhados que convivem nas bolhas politiqueiras agressivas da extrema direita e esquerda capenga. O habitat das redes sociais atrofiou a capacidade de compreensão dos fatos da política convencional, ao ponto do governador de Minas Gerais que faliu estado que governa comer banana com casca expondo-se ao ridículo nas redes sociais. Coisa que nem um chimpanzé faria.
Os eleitores e defensores da atual gestão, com honrosas exceções, que se transformaram em haters de vereadores e imprensa que narram e comentam os fatos da cidade; a coisa poderá chegar às vias de fato em alguma padaria ou boteco frequentado pela elite do Paço Municipal caso ambos os lados dessa conversa se encontrem para discordar no mesmo local. O cenário desordenado é esse sem a menor sombra de dúvida. Todavia, graças ao Estado Democrático de Direito, ainda existe possibilidade de liberdade de expressão e contestação dos ocupantes das cadeiras com caneta na mão para decidir.
Até mesmo para uma cidade interiorana, subdesenvolvida por abandono do governo estadual incapaz de obras de duplicação de uma rodovia que deveria escoar as riquezas de uma região que é uma das maiores produtoras da agricultura nacional, mesmo assim, a coisa perece diante de uma política municipal cambaleante e errática.
De uns tempos pra cá, salvo raras exceções, os prefeitos foram anacrônicos em toda região. Os que se julgam mais propensos à modernidade política também não fogem da mesma regra. Os vereadores seguem a mesma toada. Entretanto, o que causa agonia é que o cidadão mediano se tornou um mero peão no joguete eleitoreiro, sem capacidade de compreender minimamente muitos dos assuntos que envolvem seu cotidiano.
A repetição inflada de jargões falaciosos e confiança cega depositada nos chefões do Executivo formam seitas de asseclas nas redes sociais em todos os recantos do Brasil. O séquito formado pelos fãs clubes do Poder Executivo estão dispostos apenas a se tornarem cães de guarda raivosos que agem em defesa do nome do político de estimação. Sem nada questionar, em momento algum, essa matilha politiqueira é subserviente à demagogia dos eleitos. Não conseguem abstrair e raciocinar sobre temas abordados em debates seja nos parlamentos, ou até mesmo em canais de imprensa, mesmo que assunto salte com obviedades nas fuças.
Diante de tal contexto, em breve a Câmara Municipal de Itapeva terá que enfrentar uma pauta típica que pode ser a virada de mesa em face do alvoroço das redes sociais. Sabemos que os vereadores não gozam da simpatia e credibilidade popular na maioria dos casos. Ainda mais quando estão imersos nos ambientes hostis de redes sociais onde impera o achismo e ódio gratuito a qualquer figura que discorde do político de estimação da moda, que no contexto local é a prefeita de ocasião.
Convenhamos que poderia ser o Jé, Vanessa Guari ou até mesmo Lucinha Schreiner, mas o povo quis a coronel Duch no poder. Independente de quem seja o manda chuva da vez, os excessos de mídia e publicidade política canastrona, os momentos de êxtase por estar no poder seriam sempre percebidos e motivos de contradição e avaliação pertinentes aos acontecimentos do exercício do mandato. Quem discorda do argumento certamente gostaria de viver em uma ditadura.
Sem mais rodeios: Nas próximas semanas ou meses, o Poder Executivo deve encaminhar para Câmara Municipal projetos de aumento de tributos e provavelmente alterações com reduções e até extinção de programas sociais, como renda mínima cidadã e tarifa zero.
Dentre as medidas de aumento de carga tributária municipal destaca-se o aumento da taxa de limpeza. Se houver um cidadão que morde qualquer chumbada por ser do fã clube da prefeita afirmar que é uma medida justa com a população aumentar tributos e extinguir programas sociais, estaremos na roça definitivamente.
Aos vereadores caberá o de sempre, repudiar a pretensão de aumento de tributos, passar um sermão daqueles na prefeita em caso de extinguir o renda mínima cidadã ou tarifa zero, votar contra assunto e voltar para casa dormir no aconchego do lar doce lar.
Já o povo, especialmente quem fica rosnando nas redes sociais em defesa dos prefeitos, lembrem-se de uma coisa: Vocês pagam para manter todo esse circo, sendo fãs ou não de qualquer prefeito que esteja no mandato.
O dever de cada cidadão consciente da realidade que vive deveria ser cobrar serviços bem feitos e zero desperdício de dinheiro público, mas com muitos fazem vista grossa para altos salários, nomeações de amigos e parentes para mamar na teta da prefeitura; o povo que pague o pato...
Como dito antes: Onde há fumaça há fogo. Vai que desta vez, só para contrariar, os vereadores somente dessa vez aumentam não apenas os salários, mas também os impostos, taxas e contribuições e acabam com os programas sociais sob pretexto de "socorro financeiro para prefeitura"? Vai que por um acaso isso aconteça???
Fiquem com as barbas de molho, pois a conta do fanatismo político é a mesma da burrice e confiança estúpida em qualquer pessoa onde se deposita afeição demasiada. O povo paga a conta do desmando a prestação e caso não pague vem a execução.
Se o nobre vereador Tarzan nos permite usar vossa expressão: O céu de brigadeiro acabou, e dessa vez é para sempre! A plebe não está no poder, e o ducado de Pedra Chata afunda no caos midiático venenoso que alimenta a mentalidade dos eleitores borderlines de políticos.
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