Itapeva fica de fora da vacinação contra a dengue no início de 2025; entenda os critérios para a disponibilização da vacina
Critérios do Ministério da Saúde priorizam cidades com
mais de 100 mil habitantes e alta transmissão do sorotipo DENV-2
Itapeva não foi incluído na primeira fase da vacinação
contra a dengue em 2025. A decisão segue critérios estabelecidos pelo
Ministério da Saúde, que priorizou regiões com cidades de grande porte (acima
de 100 mil habitantes), registros elevados de transmissão da doença em 2023 e
2024 e predominância do sorotipo DENV-2, considerado mais agressivo.
Com cerca de 90 mil habitantes, Itapeva não se enquadrou no
requisito populacional, o que a deixou de fora da estratégia inicial de
imunização. Além disso, apesar do aumento no número de casos nos últimos anos,
os dados do município não atingiram os patamares exigidos para receber as
primeiras doses da vacina Qdenga, do laboratório Takeda.
A vacinação contra a dengue no Brasil foi planejada para
ocorrer de forma escalonada, começando pelas cidades que apresentam maior risco
epidemiológico. O Ministério da Saúde definiu que apenas municípios que atendem
a três critérios receberiam as doses iniciais:
- População superior a 100 mil habitantes;
- Alta transmissão da dengue nos últimos dois anos (2023 e
2024);
- Predominância do sorotipo DENV-2.
Embora tenha registrado surtos sazonais da doença, Itapeva
não atingiu índices comparáveis aos municípios selecionados. O sorotipo DENV-2,
que tem sido predominante em várias regiões do país, não se mostrou tão
expressivo na cidade, o que também influenciou na decisão do governo federal.
Apesar de Itapeva não estar na primeira fase da vacinação,
isso não significa que a cidade ficará indefinidamente sem acesso ao
imunizante. A vacinação seguirá um cronograma progressivo. A escolha inicial
teve base em dados técnicos, mas outras cidades poderão ser contempladas nas
próximas etapas, conforme a disponibilidade de doses.
A situação da dengue em Itapeva tem gerado apreensão. O
último boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde, em
19 de fevereiro, apontou que, desde janeiro deste ano, o município notificou
449 casos suspeitos de dengue, com 26 confirmações.
O crescimento dos registros acende um alerta para o risco de
novos surtos, especialmente com a chegada dos meses mais quentes e chuvosos,
período em que o Aedes aegypti se prolifera com mais intensidade.
Diante desse cenário, a Prefeitura reforçou a necessidade de
medidas preventivas e intensificou ações de combate ao mosquito transmissor,
incluindo mutirões de limpeza, fiscalização de terrenos baldios e campanhas
educativas junto à população.
Diante da exclusão do município, a Prefeitura de Itapeva já
articula estratégias para pleitear a inclusão na vacinação. Enquanto a
vacinação não chega, a administração municipal reforça as ações preventivas,
como mutirões de combate ao Aedes aegypti, campanhas educativas e
intensificação da fiscalização em imóveis para eliminar focos do mosquito
transmissor.
Com a exclusão da vacinação inicial, a cidade dependerá
ainda mais de medidas preventivas e da conscientização da população para evitar
novos surtos da doença. Enquanto isso, o governo federal já sinalizou que, com
a ampliação da produção de vacinas, mais municípios poderão ser incluídos nas
próximas fases da campanha.
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