Após o recebimento da denúncia de que animais mortos estavam armazenados em freezer na unidade de Saúde da São Camilo, a vereadora Áurea foi até o local e constatou o fato

Durante a sessão desta segunda-feira, 17 de março, a vereadora relatou que ao chegar na unidade de saúde a secretária municipal de Saúde, Valério Machado estava no local, acompanhada da funcionária responsável, porém ambas não tinham as chaves da sala onde o freezer com os animais se encontrava.

A vereadora constatou que havia cerca de trinta cachorros mortos guardados no freezer local, que segundo informações prévias são animais mortos oriundos de serviços terceirizados de recolha animal, mantidos pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente. 

Conforme relatos preliminares, os animais deveriam ser incinerados após a morte e expedição de laudo de causa de óbito pelos responsáveis diretos pelo manejo dos animais, porém nenhuma explicação plausível sobre como os animais foram encaminhados para a UBS da São Camilo foi realizada até o momento pela Secretaria de Saúde de Itapeva. 

Outra informação alega que não há contratos de incineração e descarte de animais da Secretaria de Meio Ambiente com empresas especializadas, o que demonstra evidentes falhas em processos de gestão de contratos de recolhimento, apreensão e tratamentos de animais de rua.  

A principal dúvida recai sobre as responsabilidades técnicas dos secretários, funcionários da unidade de saúde e gestores de contratos terceirizados com empresas que recolhem e abrigam os animais de rua. Tendo em vista que o armazenamento de cadáveres animais precisa ser realizado com cuidados especiais.

Segundo regras sanitárias é primordial o uso de sacos plásticos, com capacidade e resistência compatíveis com o peso, que devem ser identificados de acordo com o risco que apresentam, pois os animais podem ter morrido por motivos de doenças ou acidentes que demandam eutanásia. 

Após o acondicionamento nos sacos plásticos, mantém-se esses resíduos em câmaras frias por, no máximo, 24 horas, ou em freezers com temperatura baixa até que sejam levadas ao seu destino final. É importante proteger o profissional que faz o manuseio desses resíduos com roupas com proteção adequada, luvas e máscaras. 

Para o transporte, proceder com os sacos plásticos ou caixas hermeticamente fechadas, de forma rápida e segura, devendo-se evitar contaminação ambiental por meio de possíveis vazamentos de sangue ou outros excrementos do cadáver do animal.  

Os cadáveres de animais domésticos são considerados resíduos do Grupo D (resíduos comuns). Sendo que, por suas características, não necessitam de procedimentos diferenciados. Assim, a destinação de cadáveres de pets e animais domésticos poderá ser feita em valas comuns de aterros sanitários.  

O assunto gerou grande impacto e discussão na sessão da Câmara Municipal. Vereadores demonstraram indignação sobre o assunto, questionando se houve ou não prévia autorização dos departamentos da Vigilância Sanitária e Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde para o encaminhamento dos animais mortos para uma unidade de saúde pública, onde os equipamentos são destinados ao acondicionamento de medicamentos e atendimento de pacientes, e de forma alguma destinado para manter animais mortos devido falhas de procedimentos.  

De acordo com informações da vereadora Áurea, a prefeita Adriana Duch Machado foi comunicada pessoalmente do ocorrido, logo após o flagrante, ordenando a remoção dos cadáveres de animais da unidade de saúde da São Camilo.

Até o fechamento desta matéria, nenhuma informação sobre o assunto foi divulgada oficialmente pela Prefeitura de Itapeva, responsável direta pelos equipamentos, unidade de saúde e funcionários envolvidos diretamente na ocorrência.