Saúde

Secretária da Saúde decide retirar freezer com animais congelados da UBS São Camilo após desconforto na população

Caso gerou debate na Câmara de Itapeva; secretários garantem que não há risco à segurança ou sanidade da unidade de saúde

A denúncia envolvendo a manutenção de animais congelados em um freezer localizado na Unidade Básica de Saúde (UBS) da Vila São Camilo, em Itapeva, gerou debate na Câmara Municipal na tarde desta terça-feira, 18 de março. O caso provocou repercussão na cidade e mobilizou a Comissão de Proteção Animal, que convocou três secretários para prestar esclarecimentos sobre a situação.

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Os representantes da administração municipal garantiram que não há qualquer risco à segurança ou à saúde da população em decorrência do armazenamento das carcaças no local. Apesar disso, informaram que o freezer será transferido ainda nesta semana, como medida preventiva para evitar novas preocupações.

Valéria Machado, secretária municipal de Saúde, afirmou que a decisão de deslocar o equipamento foi motivada pelo incômodo gerado na população, e não por qualquer irregularidade ou ameaça sanitária.

“Eu fico muito tranquila em manter onde está, não gera problema nenhum para a população. Mas se criou esse mal-estar, já falei para o Paulinho (Saponga, secretário de Meio Ambiente): ‘vou dar o meu freezer para você guardar lá’. Mas não teria preocupação nenhuma se ficasse na São Camilo, problema nenhum, nenhum risco de contaminação. Que fique claro, a gente tomou essa decisão para não deixar a população alardeada como foi”, explicou Valéria.

A secretária também esclareceu que o freezer está instalado em uma área de uso exclusivo da Divisão de Vigilância Ambiental e Controle de Zoonoses, que não integra diretamente o funcionamento da UBS e possui uma entrada individual.

“Está dentro da área do posto, mas não pertence ao funcionamento do posto. Tem uma entrada individual. A Zoonose tem esse serviço, isso é da Zoonose. Pode guardar? Pode. Estava para a população? Não. É restrito. Só entra o pessoal do vetor”, destacou a secretária.

De acordo com Paulinho Saponga, secretário de Meio Ambiente, o freezer em questão contém 14 animais congelados, entre cães e gatos que morreram tanto no Canil Municipal (CPA) quanto nas ruas da cidade. Ele explicou que essas carcaças são recolhidas por uma clínica veterinária contratada (Ciavet) e mantidas congeladas até que uma empresa especializada faça a incineração.

Saponga relatou que o problema surgiu após o encerramento do contrato com a empresa responsável pela incineração, o que impediu que a nova gestão firmasse um contrato emergencial. Desde a última coleta, realizada em 17 de janeiro, o setor ambiental acumulou uma quantidade maior de carcaças do que sua capacidade habitual poderia suportar. Diante disso, a administração municipal decidiu utilizar temporariamente o freezer da Zoonoses para armazenar o excedente, medida que foi adotada a partir de 27 de fevereiro.

Ele reforçou que os animais congelados não representam risco sanitário, tampouco são vítimas de maus-tratos no CPA.

“São 14 animais, todos com laudo de óbito assinado pelos veterinários. Isso ocorre sempre em canil de grande porte, com mais de 280 animais. Infelizmente, sempre 10% vai acabar indo a óbito, principalmente quando se trata de filhote”, esclareceu Saponga.

O secretário de Meio Ambiente frisou que a situação está sob controle e segue os padrões técnicos recomendados para esse tipo de procedimento. Ele destacou que a prática é comum em diversas cidades e segue os protocolos sanitários necessários.

“Meio ambiente e saúde pública andam lado a lado, toda cidade trabalha com esse tipo de carcaça, tem um local de zoonoses para armazenar essas carcaças. Não tem erro naquele local, o freezer está certinho, os animais foram enviados para serem descartados posteriormente, até o contrato ser concretizado (...) O freezer fica em uma seção ao lado da UBS, mas é uma área restrita, ninguém tem acesso. A carcaça fica em um saco de lixo branco, como eles orientam para a retirada”, explicou.

Apesar das explicações técnicas e da garantia de que não há risco sanitário, a decisão de transferir o freezer para outro espaço busca minimizar o desconforto gerado na população e encerrar a polêmica que tomou conta da cidade desde a última segunda-feira, 17 de março.

Fotos: Câmara Municipal de Itapeva / Itapeva Alerta

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