Bodas de Ouro do tomate: Produtor de Ribeirão Branco comemora 50 anos ininterruptos de lavoura com festa
Irani Ribeiro da Silva, tem 72 anos e preparou uma
costela de chão em sua propriedade rural no sábado (29), com muito tomate e
recordações.
Um produtor rural de Ribeirão Branco fez uma festa
no sábado, 29 de março, para completar 50 anos ininterruptos atuando na
lavoura de tomate. Irani Ribeiro da Silva, de 72 anos, preparou uma costela de
chão em sua propriedade rural, regada com muito tomate nos acompanhamentos e
recordações de meio século de cuidado e dedicação com a fruta.
Na presença da família, amigos e das pessoas que o ajudam na
lavoura, ele aproveitou o momento para falar das cinco décadas de trabalho no
campo.
“Graças a Deus, não posso reclamar, todo o alicerce que eu
tenho aqui foi o tomate que me deu. Então, tenho que, primeiro, agradecer a
Deus por chegar, ter chegado aos 50 anos plantando tomate, e ficar feliz por
ter chegado aqui e ganhado dinheiro com tomate.”
Durante esse tempo todo, houve apenas um episódio que ele
considera negativo. “O pior momento que eu tive foi no ano 2004, a safra
2004-2005. Nesse ano, eu perdi dinheiro. Não foi muita coisa, mas perdi e foi
um ano em que nada deu certo para mim, no país teve problema com todos os
cereais. Mas nada que me abalasse. Então, eu posso dizer que no resto dos anos
eu considero que foi bom em todos os anos.”
Atualmente, Irani está terminando uma safra de 50 mil pés e,
conforme ele, a produção foi baixa em função do excesso de chuva. “A produção
caiu bastante. Poucos produziram bem aqui”, conta. Ele disse que, ao menos,
conseguiu "pagar as contas".
Sete pessoas trabalham com ele na safra atual.
O 11º de 14 irmãos
Irani é o 11º filho de João Ferreira da Silva e Joaquina
Ribeiro da Silva. O casal teve 14 filhos, alguns já falecidos. Em comum, todos
trabalham ou trabalharam com a terra.
Com seus irmãos, segundo a esposa Claudete Pereira da Silva,
tiveram uma infância e juventude muito simples e cheia de trabalho árduo na
roça. “Foram criados com muita dignidade e sempre observando e sendo
encaminhados na vida, com base na palavra de Deus”, conta.
A relação com o tomate começou em 1975. Irani buscou
orientação e apoio (inclusive financeiro) com um primo, Hugo Moreira. “(Hugo)
prontamente ouviu com respeito e confiança o projeto de Irani e, não mediu
esforços para ajudá-lo em todos os sentidos.”
Com o apoio e a união dos irmãos, a história da família
começou a mudar, ainda nos anos 1970.
“Sem abandonar a “lavoura branca“ [arroz, milho e feijão],
passaram também a plantar tomate, que foi o carro-chefe de toda a família e
puderam proporcionar melhores condições de vida também a seus pais e às suas
famílias.”
Irani é o único da família que ainda está em atividade.
“Embora não seja muito, mas tudo o que realizamos e construímos é graças a essa
profissão que nos sustenta: o tomate. Estamos juntos há 45 anos e faço essa
singela homenagem porque reconheço o quanto é sofrido. Porém, traz uma
adrenalina que nos faz caminhar sempre olhando pra frente, e essa
qualidade/virtude, o Irani tem”, diz a esposa, orgulhosa.
O casal tem dois filhos, sendo que o mais velho também atua
na agricultura. Irani se considera pequeno produtor. Além do tomate, ele também
trabalha com a soja.
Fonte: G1
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