Homem que matou ex-namorada em Apiaí é condenado a 42 anos de prisão
Júri Popular também reconheceu a tentativa de homicídio
contra a sogra e os maus-tratos que levaram à morte do animal da família.
Condenado não poderá ter guarda de animais por mais de quatro décadas.
Emerson Feijó, de 27 anos, foi condenado a 42 anos, um mês e 18
dias de prisão em regime fechado por uma sequência brutal de crimes cometidos
em fevereiro de 2024 no município de Apiaí. A decisão do Júri Popular,
proferida no último dia 26 de junho, considerou o réu culpado pelo feminicídio
de sua ex-namorada, Sandra Monteiro de Souza, de 18 anos, pela tentativa de
homicídio da mãe da vítima e ainda pela morte violenta da cadela da família. A
Justiça também determinou que Emerson está proibido de manter sob sua guarda
qualquer animal doméstico pelo mesmo período da condenação.
O crime ocorreu no bairro Pinheiros II, quando Emerson, que
mesmo após o término da relação frequentava a residência da ex-companheira para
visitar o filho do casal, tentou reatar o relacionamento. Diante da negativa de
Sandra, o acusado a atacou com uma faca, atingindo-a no pescoço por duas vezes,
mesmo enquanto ela segurava o filho de apenas cinco meses nos braços. A mãe da
jovem, que tentou protegê-la e evitar que o bebê fosse ferido, também foi
atingida com golpes de faca na nuca e nas costas, necessitando de doze pontos
para conter os ferimentos.
Sandra chegou a ser socorrida com vida e encaminhada ao
Hospital Municipal de Apiaí, mas não resistiu aos ferimentos. A versão
apresentada por Emerson durante o processo alegava que teria agido em “momento
de raiva” após, segundo ele, descobrir traições por meio do celular da vítima.
Ainda conforme o réu, Sandra teria ido até a cozinha pegar uma faca, e a
agressão teria começado em seguida, após ele ter tomado o objeto de suas mãos.
A argumentação da defesa não convenceu o Conselho de Sentença, que acolheu integralmente
as teses do Ministério Público e da acusação.
Durante o ataque, até mesmo a cadela da família — um animal
com cerca de 12 anos de idade — tentou intervir. A tentativa de defesa da
mascote resultou em uma cena de violência ainda mais chocante: Emerson teria
desferido diversos chutes e facadas no animal, atingindo a língua, costela,
olho e focinho da cadela. O caso, além de configurar maus-tratos com resultado
morte, motivou a pena acessória que o impede de tutelar animais pelo período
total da condenação.
A sentença também impôs ao réu o pagamento de 14 dias-multa
no valor mínimo legal. Procurada, a defesa de Emerson ainda não informou se
pretende recorrer da decisão, que é de primeira instância.

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