'Chuveiro Natural' escondido em caverna de Apiaí vira atração turística no interior de SP
Fenômeno raro localizado no Parque Estadual Turístico do
Alto Ribeira exige trilha difícil, mas encanta visitantes com sua beleza
impressionante
No coração da Mata Atlântica, entre escarpas e salões de
pedra calcária do Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (Petar), em Apiaí, esconde-se
uma joia da natureza: um chuveiro natural de cerca de 10 metros de altura,
formado por um raro espeleotema. A ducha brota do teto de uma das câmaras
internas da Caverna Temimina, em meio ao núcleo Caboclos do parque, e tem
impressionado turistas, fotógrafos e aventureiros que se dispõem a enfrentar
uma trilha de dificuldade elevada para testemunhar o espetáculo de perto.
Segundo a gestora do Petar pela Fundação Florestal, Juliana
Conrado, o acesso até a caverna requer preparo físico e espírito de aventura.
São 10 quilômetros de estrada até o início da trilha, seguida de uma caminhada
de 4,5 km por terreno escorregadio, somando ao menos oito horas entre ida e
volta. A umidade da floresta, combinada com a topografia irregular, exige
atenção redobrada. “É uma trilha que desafia, mas que também recompensa. A
Temimina guarda belezas únicas”, afirma Juliana.
A Caverna Temimina tem se tornado cada vez mais conhecida
após imagens do chuveiro natural viralizarem nas redes sociais. O fenômeno
geológico ganhou repercussão nacional, despertando o interesse de inúmeros
turistas, que passaram a se aventurar pelo percurso até o local e registrar
suas experiências. A exposição digital transformou o ponto turístico, até então
pouco visitado, em um destino cobiçado por amantes do ecoturismo e da
fotografia de natureza.
O fenômeno se forma a partir de um espeleotema — formação
rochosa rara, resultado da cristalização de minerais dissolvidos na água que
escorre pelas galerias da caverna. A estrutura do local, com dolinamentos
(colapsos naturais do teto), permite a entrada de luz solar em certos pontos,
criando uma espécie de jardim suspenso dentro da gruta. A combinação de
umidade, minerais e tempo gera o espetáculo da ducha contínua, que escorre do
teto como se brotasse de um encanamento invisível.
Apesar da tentação visual, banhar-se no chuveiro natural é
proibido. A restrição, segundo Juliana, visa preservar a integridade do
espeleotema e garantir a segurança dos visitantes. “É uma formação frágil e
única. O toque humano pode acelerar sua deterioração. Além disso, o piso
escorregadio representa risco de acidentes”, alerta a gestora. O ingresso para
visitar o parque custa R$ 19 e deve ser adquirido antecipadamente pelo site da
Fundação Florestal, respeitando os limites diários de acesso.
Com média mensal de apenas 60 a 70 visitantes antes da
viralização, a Caverna Temimina ainda é considerada um tesouro oculto em meio à
floresta paulista. No entanto, o recente aumento de visitantes impulsionado
pela internet levanta um alerta sobre a importância do turismo consciente. O
‘chuveiro escondido’ de Apiaí, além de sua beleza bruta, agora também serve
como lembrete: algumas maravilhas da natureza devem ser admiradas à distância —
com respeito, silêncio e reverência.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/3/a/nwXhbrTdOx2AHw4jUeQw/whatsapp-image-2025-07-11-at-17.17.03.jpeg)
Colaborou: g1 / Foto: Divulgação/Alto da Serra

Deixe um comentário