STF forma maioria para condenar Bolsonaro por atentados em janeiro de 2023
Suprema Corte reconhece responsabilidade do ex-presidente
e aliados em crimes contra o Estado Democrático de Direito nos atos de janeiro
de 2023
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou
maioria nesta quinta-feira, 11 de setembro, para condenar o ex-presidente Jair
Bolsonaro (PL) e outros sete aliados pela chamada Trama Golpista, ligada aos
ataques de 8 de janeiro de 2023. Com três votos a favor, dos ministros
Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia e Flávio Dino, contra apenas um divergente, a
Corte reconheceu a prática de crimes como golpe de Estado, abolição violenta do
Estado Democrático de Direito, organização criminosa, dano qualificado contra o
patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
Entre os réus estão nomes centrais do antigo governo, como
os generais Walter Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, o
ex-comandante da Marinha Almir Garnier, o ex-ministro da Justiça Anderson
Torres, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, que delatou em outros processos, e o
deputado federal Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin. No caso de Ramagem, a
maioria excluiu apenas os crimes ligados a danos ao patrimônio.
O julgamento ocorre em plenário virtual e, embora ainda
faltem votos, a condenação já está assegurada. Para Bolsonaro, a decisão
soma-se a outros reveses jurídicos: além de estar inelegível por determinação
do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-presidente agora pode enfrentar
penas que incluem prisão e perda definitiva de direitos políticos.
Os atos de 8 de janeiro de 2023 foram considerados pelo STF
como uma tentativa de ruptura institucional. Na ocasião, centenas de
manifestantes invadiram e depredaram o Congresso, o Palácio do Planalto e o
próprio Supremo, destruindo patrimônio público e histórico. Segundo os
ministros, o episódio não foi espontâneo, mas resultado de um planejamento
articulado com apoio de figuras de confiança do então presidente.
Foto: Reprodução/Evaristo Sá

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